segunda-feira, outubro 27, 2014

AS MINHAS LAGRIMAS/LAGRIMAS/EU DEIXEI DE CHORAR - TRIO POR ARLETE PIEDADE, ROSELI BUSMAIR E JOÃO FURTADO

As minhas lágrimas/Lágrimas/Eu deixei de chorar-Trio por Arlete Piedade, Roseli Busmair e João Furtado

As minhas lágrimas

Eu choro, choro, 
mansamente, choro, 
sem gritos, sem ruído
apenas sinto a cara molhada
as lágrimas que escorrem 
dos olhos que transbordam...
Choro! 
Choro por ti, por mim, por nós, 
choro pelo mundo
choro pelas crianças mortas
choro pelas crianças que sobrevivem
que ficam feridas, a sofrer
estendidas em camas de hospitais miseráveis
á mercê de serviços médicos sobrelotados
e de médicos cansados!
Choro pelas mulheres presas e torturadas,
violadas e vendidas
choro pelos homens solitários, sem amor
choro pelos animais usados para experiências
choro pelo mar sujo e poluído
pelos aviões desaparecidos e acidentados
choro pelos familiares desesperados!
Choro pelos poetas sem voz
atrofiados por tanto sofrimento e dor
Com a pena seca de tinta e molhada de lágrimas
Sem papel para escrever e que escrevem nas paredes
com sangue fresco, que escorre!
Choro nas noites de pesadelos
Choro ao acordar para mais um dia de sofrimentos 
e notícias de mortes, guerras, invasões....
Choro...choro...e partilho com vocês
estas lágrimas mansas 
que correm sem esperança 
e molham o meu rosto!

Arlete Piedade


L Á G R I M A S ® Roseli Busmair
Eu poderia muito mais chorar:
As lágrimas seriam riacho,
Que poderiam rios formar
E desaguar no sal do mar
Eu poderia até morrer:
Consumindo assim meu corpo,
Dilacerando a minh'Alma,
No meu imenso querer
Eu poderia quiçá voar:
Planar pelo infinito,
Viajar etérea no espaço,
Sem nunca mais voltar
Eu poderia começar a viver:
Aceitar a dura realidade,
Distante de tanta maldade
E muito longe de você
Mas eu decidi só passar:
Como passam as águas do rio
Indo buscar as águas do mar,
No imenso oceano de te amar.

Ctba=PR=BR (02/08/99)

Roseli Busmair e Arlete Piedade EU DEIXEI DE CHORAR

Deixei de chorar
Já não choro
Pois já chorei de mais
E demais senti as minhas lágrimas
Correrem nas lavras do meu rosto
Que hoje as lágrimas
Já habituadas a escorrerem
Rosto abaixo
A caminho da lagoa
Que aos meus pés formaram
Elas as lágrimas
Sem eu desejar
Nem querer
Já saem e caminham
Rumo a lagoa
Aos meus pés
Sempre e sempre e sempre
Que sinto
Por mil razões
A necessidade de chorar
E resisto
E não choro
Só as minhas lágrimas
Indiferentes
Insensíveis
Inacreditáveis
Escorrem para a lagoa
Que aos meus pés se formam
Sempre e sempre
Que a minha Paz interior
É quebrada
Pelas guerras e injustiças
E pelas Justiças injustas
Pelo mal
Que nunca julguei existir!

As lágrimas saem e correm
Para a lagoa aos meus pés sem eu chorar
Pois há muito que deixei de chorar

João P. C. Furtado

João Pereira Correia Furtado
Praia, 27 de Outubro de 2014
http://Joaopcfurtado.blogspot.com

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