quinta-feira, agosto 16, 2012

ENTREVISTA COM JOÃO FURTADO

Arlete Piedade: - Olá João Furtado. Para início desta nossa pequena entrevista, gostaria de te perguntar, como foi que começaste a escrever os teus poemas a favor da Paz?
João Furtado: Muito boa tarde, Arlete Piedade. É com prazer que eu venho responder ás perguntas que me fazes. Sempre gostei de escrever a favor da paz. Não sei como comecei, mas desde os meus primeiros poemas, sempre vi na Paz e no Amor, dois dados importantes, para serem descritos.
AP.: - Sempre escreves diáriamente, inspirando-te nos acontecimentos mundiais, que fazem manchete nos noticiários. Como os selecionas?
JF.: - Bom! Efectivamente ouvindo o noticiário, escrevo sobre o que mais me choca, seja pela parte positiva, seja pela negativa, a fim de eternizá-lo!
AP.: - A teu ver, qual o papel dos poetas, que como tu, usam o seu talento na escrita, para despertar as consciências das pessoas, para os problemas mundiais, como por exemplo a guerra e os problemas ambientais?
JF.: - O poeta escreve, usa a caneta, aliás fiz um poema há muito tempo em que digo que a caneta é uma arma e a palavra também. Usa a caneta em sentido figurado e palavra para transmitir o que sente e alertar a sociedade da actualidade e dos bons e dos maus momentos da vida. Acho que todo o poeta deve escrever, incentivar a paz mundial e a ecologia. O nosso planeta agradecerá certamente, tendo um mundo de paz e com menos violência, tanto o nível de violência humana, como o da natureza. É muito importante que o mundo tenha o equilíbrio ecológico, e se os poetas puderem ajudar a estabelecer esse equilíbrio, acho que estarão a contribuir para a paz mundial.
AP: Achas que os governos dos países e os que detêm o poder mundial, poderão ser influenciados pelos poetas e artistas em geral, que escrevem e compõem as suas obras de arte, a favor da paz mundial e do ambiente? Achas que vale a pena continuar esta luta de todos nós?
JF.: - O mundo político não é o meu mundo e não posso dizer se os meus poemas serão ouvidos pelos políticos. A minha esperança é que os meus poemas sejam lidos, ouvidos e compreendidos pelas crianças e os seres humanos em geral. Eu acho que os políticos são os nossos filhos e se os nossos filhos tiverem princípios de paz e ecologia, quando amanhã, chegaram ao governo, acho que poderão mudar e poderão pensar de maneira diferente dos políticos actuais.
AP.: - Estou absolutamente de acordo com essa tua análise João! Mudando um pouco de assunto. Acabaste de lançar o teu primeiro romance sobre emigração. Conta um pouco aos leitores como surgiu esta ideia deste romance em parceria.
JF.: - O romance Olhares de Saudade é um romance escrito com a parceria de Arlete Piedade , escritora e poetisa portuguesa, que é Consul de Poetas del Mundo para Santarém. A ideia surgiu duma brincadeira, práticamente surgiu do nada. Não tinha ideia que disto pudesse surgir uma obra completa. Hoje é uma obra completa e já certeza que podemos trabalhar, não isoladamente, mas também em conjunto, pode-se trabalhar e por no mercado uma obra, que até a mim me surpreende pela sua riqueza de pormenores, tanto do mundo rural português como do mundo rural cabo verdeano.
AP.: - Lembra aos nossos leitores as primeiras obras que publicaste, fala-nos um pouco delas, João.
JF.:- O meu primeiro livro, A Árvore de Fruta Pão e Outros Contos, são contos de infância, que estou a rever e acrescentar alguns outros contos, para fazer uma próxima edição, talvez daqui a uns dois ou três anos. A seguir, consegui por no mercado, A Terra e a Guerra pela Paz, Volume I, um trabalho de poemas, alguns mais antigos, outros mais recentes. Foi ilustrado por três jovens, desconhecidos no mundo artístico, mas que fizeram um trabalho muito interessante. O livro foi publicado em Portugal e também foi em Portugal que lancei o segundo livro, A Terra e a Guerra pela Paz Volume II, ilustrado por uma angolana, residente em Portugal há muitos anos, Margarida Barral. É um livro mais trabalhado, o primeiro é um livro quase em bruto, surgido do interior do poeta que sou eu. O segundo é um trabalho mais elaborado, e penso ainda este ano lançar o terceiro volume mas em parceria com Gilberto Lima, estando neste momento os poemas a serem ilustrados por um jovem o Ty Furtado.
AP.: - Obrigada João. Peço-te que fales agora um pouco sobre os projetos que tens actualmente em curso na literatura.
JF.: - Neste momento, tenho um livro de crónicas quase completo, por sempre que penso que está completo surgem oportunidades para escrever mais crónicas. Neste momento penso fazer mais três crónicas para completar o livro, porque não seria justo publicar aquele livro, sem contar os acontecimentos em crónica, dos ultimos seis meses. Tenho também na forja, um lvro de contos em poemas. São contos, alguns inventados por mim, outros contos tradicionais, todos trabalhados em forma de epopeia que provalvelmente dentro de um ou dois anos, poderã estar no mercado. Também estou a fazer outro livro com a Arlete Piedade, o Drama da Emigração, em poemas, sobre a emigração e tenho uma peça de teatro, já terminada, que é o Drama do Reencontro, feito em parceria com a escritora Artemisa Ferreira que dentro de um ano deverá estar no mercado. Será publicado em três vertentes: - Será um livro, com CD e DVD, com a representação da peça de teatro. E por ultimo, tenho outra peça de teatro em parceria com Álvaro Cardoso, muito avançado, pensamos terminar dentro de duas a três semanas. E quanto a publicação, vai para a gaveta e assim que houver oportunidade, estará no mercado.
AP.: - João fiquei surpreendida ao saber aqui na tua casa, que também tens actividades na area do teatro e em especial do cinema. Conta-me lá como surgiu essa oportunidade e que tipo de filme vais produzir.
JF.: - Participei num pequeno curso, ou sessão de esclarecimento sobre cinema. Durante a formação, fizemos uma pequena peça que ainda não está trabalhada, e em que nomearam-me produtor. Vamos fazer em breve mais uma pequena curta metragem, que será filmada no Ilha do Sal e é um concurso e serei novamente o produtor. Quanto a teatro, tenho acompanhado um pequeno grupo e também tenho ideias de fazer até guiões para filmes, Gosto de aventuras e de fazer coisas novas.
AP.: - Muito obrigada João. Muito sucesso e ideias sempre novas e capacidade de as concretizar é o que te desejo!!
Entrevista conduzida por Arlete Piedade.
Praia, Cabo Verde, 7 de Agosto de 2012

1 comentário:

  1. Entrevista bem conduzida por Arlete Piedade, cuja participação de João Furtado, foi esclarecedora do seu percurso multifacetado e com sucesso.
    Foi um prazer ler e felicito com um abraço, os poetas/escritores intervenientes.
    Cremilde Vieira da Cruz

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