Brunhilda era filha de um grande
feiticeiro que vivia num castelo no norte da Noruega e de uma bruxa romena, dos
quais herdou os seus poderes. Ela cresceu no castelo enquanto a sua mãe viajava
pela Europa, com uma troupe de circo, dando espetáculos em várias cidades. A
menina sentia-se muito só, porque não tinha ninguém da sua idade para brincar e
não ia á escola, porque o seu pai dizia que ela não precisava de aprender nada,
que ele não lhe pudesse ensinar. Quando a pequena bruxinha, tinha cinco anos, a
sua mãe voltou de uma grande digressão e ficou no castelo algum tempo a
recuperar forças, para voltar a partir.
Mas o seu pai queria que ela
ficasse com ele e fez um perigoso feitiço para prender a esposa, junto de si e
da sua filha. Passaram-se dez anos, até que um dia ela desapareceu de novo e o
feiticeiro, partiu á procura dela, esquecendo-se da filha, que ficou abandonada
no castelo. Então Brunhilda, desesperada, percorreu todo o castelo, procurando
alguém, até que no cimo da mais alta torre, encontrou uma sala com muitos
objetos antigos, mas o que mais a fascinou, foi um quadro que ocupava a parede
inteira em frente da porta.
Representava várias meninas,
sentadas á volta de uma grande mesa, em redor de uma linda senhora, que parecia
estar a ensiná-las a fazer desenhos e pinturas, nas folhas que cada uma tinha á
frente. Brunhilda era já uma mocinha de quinze anos nessa altura, e os seus
poderes manifestavam-se por vezes nas alturas mais inesperadas, quando ela
desejava desesperadamente alguma coisa, como agora. Ela olhava fixamente o
quadro, imaginando estar entre aquelas meninas, quando se viu sentada á mesa,
sem entender como tinha ido lá parar. Á sua frente, estava uma folha de papel,
tintas de várias cores e pincéis.
A jovem bruxa, pegou nos pincéis
e começou a pintar, passando para a tela, as imagens que tinha na sua mente.
Apareceu lentamente o rosto moreno de cabelos negros de sua mãe, depois as suas
mãos guiadas por um poder superior, foram desenhando e pintando o corpo, os
braços, as mãos, as pernas e os pés, de sua mãe. Ela desejava tanto que a sua
mãe voltasse para junto dela, as saudades eram enormes. Então uma mulher morena
de longos cabelos negros, apareceu na sala e abraçou Brunhilda. Ela disse: -
Filha os teus poderes são já mais poderosos que os meus. Conseguiste trazer-me
de volta, mas agora tens que vir comigo. Estamos em perigo aqui, esta sala não
é real, vem comigo.
Ela pegou na mão da filha e
saíram as duas pela janela, montando na vassoura que as esperava flutuando
junto á torre do castelo, que imediatamente começou a voar atravessando campos,
rios e sobrevoando cidades e vilas, até que chegou junto a uma casinha na orla
de uma clareira, rodeada por uma floresta imensa. Desceram suavemente na relva
e entraram na casinha.
Lá dentro Brunhilda encontrou um
quarto para ela, e uma sala de trabalho, onde tinha várias telas em branco,
tintas e pincéis. A mãe disse-lhe que a sua missão era pintar lindos quadros,
com crianças felizes, junto a seus pais, comendo boas refeições e frequentando
as escolas para aprenderem. Ela devia também pintar as pessoas vivendo em Paz,
a terra com o céu azul e nuvens brancas, o mar azul e límpido e todos as pessoas
da Terra, sendo sempre amigas. Assim, graças aos poderes da bruxa Brunilda,
todos os seus desejos se tornariam realidade e haveria Paz na Terra e todos
viveriam felizes, sem fome, sem doenças e o nosso Planeta ficaria limpo de
venenos. Ela começou de imediato a sua missão e ainda hoje ela lá está pintando
as suas telas mágicas, todas as cenas retratadas transformando-se em realidade!
Arlete Piedade
Sem comentários:
Enviar um comentário