Vai o menino tímido no meio da multidão
Ele já esqueceu que se chama Juvêncio
E caminha ele na rua no eterno silêncio
Vai trémulo e tímido e apertado o coração!
A mãe morreu ontem e o pai nunca teve
Vai pelo mundo sozinho andar sem amparo
Quase nu vai vestido e no rosto pouco preparo
Que da sociedade nenhuma misericórdia obteve!
Quando a fome sentir o menino Juvêncio
Irá ao lixo das esquinas tirar a refeição
Todos passam por ele, ninguém tem a reflexão
De ler nos seus olhos a fome no seu silêncio!
Quando anoitecer e sem Sol tudo ficar escuro
O menino cairá cansado numa qualquer esquina
É mais um que ao “menino-de-rua” a sorte lhe destina
E a sociedade continua no silêncio com coração duro!
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